quinta-feira, 18 de dezembro de 2014




Bastava-nos amar. E não bastava 
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia? 
O vento como um barco: a navegar. 
Pelo mar. Por um rio ou uma veia. 

Bastava-nos ficar. E não bastava 
o mar a querer doer em cada ideia. 
Já não bastava olhar. Urgente: amar. 
E ficar. E fazermos uma teia. 

Respirar. Respirar. Até que o mar 
pudesse ser amor em maré cheia. 
E bastava. Bastava respirar 

a tua pele molhada de sereia. 
Bastava, sim, encher o peito de ar. 
Fazer amor contigo sobre a areia. 
Joaquim Pessoa


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