segunda-feira, 31 de março de 2014



Procura a maravilha.

Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.

No brilho redondo
e jovem dos joelhos.

Na noite inclinada
de melancolia.

Procura.

Procura a maravilha.


Eugénio de Andrade


domingo, 30 de março de 2014




Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti criarei um dia puro

Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.

Sophia de Mello Breyner Andresen



quarta-feira, 26 de março de 2014



A terra leva-nos por terra;
mas tu, mar,
levas-nos pelo céu.

Juan Ramón Jiménez


segunda-feira, 17 de março de 2014




Nem treva nem caos. A treva
Requer olhos que vêem, como o som.
E o silêncio requer o ouvido,
O espelho, a forma que o povoa.
Nem o espaço nem o tempo. Nem sequer
Uma divindade que premedita

O silêncio anterior à primeira
Noite do tempo, que será infinita.

Jorge Luís Borges








Que nenhuma estrela queime o teu perfume
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas

Sophia de Mello Breyner Andresen



quinta-feira, 13 de março de 2014




Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar

Mário Cesáriny



Queria pegar-te na mão e deixar-me levar às cegas

)

domingo, 9 de março de 2014



Dois horizontes fecham nossa vida:

Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar


Machado de Assis





No Teu Poema - Carlos do Carmo

sexta-feira, 7 de março de 2014

















Costa da Caparica... à procura de sol...
Encontrei ...  uma bela molha também ;)