Tudo o que não sabes
Que sabes tu
do compasso da valsa,
dos monstros que habitam os sonhos
ou dos olhares que pernoitam
nas calçadas polidas.
São aos milhares
os pensamentos fragmentados,
os nomes que desconheço do teu nome,
o hoje que já é amanhã.
Corre-me nas veias
um sentir de eternidade,
a magia das farsas de Shakespeare,
o nascer duma alma maior,
a fina linha
que segura a espada de Dâmocles.
Que sabes tu
sobre o meu livro de recordações,
do meu amar,
do meu saber esperar,
do meu diário de mágoas.
Os meus poros recusam-se a fechar,
transpiram o infinito,
e a seiva tatua-me a pele.
Que sabes tu
se eu próprio não sei de mim.
Francisco Valverde Arsénio
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