segunda-feira, 21 de maio de 2012



Entrei no café com um rio na algibeira 
e pu-lo no chão, 
a vê-lo correr 
da imaginação... 

A seguir, tirei do bolso do colete 
nuvens e estrelas 
e estendi um tapete 
de flores 
a concebê-las. 

Depois, encostado à mesa, 
tirei da boca um pássaro a cantar 
e enfeitei com ele a Natureza 
das árvores em torno 
a cheirarem ao luar 
que eu imagino. 

E agora aqui estou a ouvir 
A melodia sem contorno 
Deste acaso de existir 
-onde só procuro a Beleza 
para me iludir 
dum destino. 

José Gomes Ferreira

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