terça-feira, 24 de maio de 2011

A Árvore, o rio

Esta árvore é um rio. Um rio.
Tem margens correntes afluentes confluências.

Corre nesta árvore um imprevisto rio.
A árvore corre neste rio, imprevista.

A mão percebe em fios nervosos a frescura
de lenhosas fibras. Os dedos são jangadas.

Pelo rio sobem hidronaves ou gaivotas
em esquadras, em bandos. Coloridos pássaros.

A árvore (o rio) os saúda
e prolonga os brancos troncos, os canais, pela neblina.

Estende  (a)braços sobre a terra e o ar.

Joaquim Pessoa
In "Paiol de Pólen"

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