Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.
No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida
foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama
e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.
Maria do Rosário Pedreira
3 comentários:
Um soneto e uma flor caem sempre bem. Alegram os olhos e avivam sentimentos. Gostei do poema e adorei a flor. Tenho que tirar um curso rápido de botânica para poder tratar as belas flores que tu fotografas pelo nome.Bjs
Gerbera L., é um género de plantas herbáceas ornamentais pertencente à família das Asteraceae (ou Compostas), a mesma do girassol e das margaridas.
Aqui tens a explicação dada pela Wikipédia. Procurei especialmente para ti.
Um beijinho
És um amor!!Bjs
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